Na senda das tertúlias de antigamente, estes serão encontros informais, para conversarmos sobre livros e leituras, para lermos em voz alta, para ligarmos a literatura a outras artes. Enfim, para partilharmos emoções, palavras, experiências.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Resumo do encontro de ontem

O encontro de ontem teve como ponto central de discussão Claraboia, de José Saramago. No entanto, falou-se também de outros livros, a propósito da citação inicial:  

“Em todas as almas, como em todas as casas,
Além da fachada, há um interior escondido.”
                                            Raul Brandão

Espreitámos Onde moram as casas, de Carla Maia de Almeida e Alexandre Esgaio, Caminho, aqui. E ainda este álbum maravilhoso.

Foram lidos em voz alta poemas de Fernando Pessoa e de José Régio.
Falou-se ainda de:
Valter Hugo Mãe (O filho de mil homens)
Eça (A Tragédia da Rua das Flores e As Minas de Salomão)
Agualusa (A Educação Sentimental dos Pássaros)
Keith Richards (Life)


O nosso próximo encontro será no dia 22 de Fevereiro, em volta do tema AMOR, a partir deste livro:



Para entrarmos já no tema, um poema de  Eugénio de Andrade , que faria hoje 89 anos.   

Urgentemente

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.

                     Eugénio de Andrade
                (19.01.1923 – 16.06.2005)

4 comentários:

André Bernardo disse...

Escutámos também um poema de Américo Lourenço; poeta e nosso companheiro de tertúlias!

Que bela maneira de abrir o apetite para a próxima reunião:

"É urgente o amor,
É urgente permanecer!"


Viva a literatura!

Anónimo disse...

Obrigada, André!

Horácio Silva disse...

Não tive tempo de ler o livro sugerido; porém, o encontro foi bom para me levar a reencontrar um Saramago de que já gostei - talvez volte a lê-lo, e certamente começarei pelo "Clarabóia".

Anónimo disse...

Sim, Horácio, estes encontros muitas vezes conseguem fazer com que nos reconciliemos com certos autores. Que bom que assim é!

Paula