No último encontro, conversámos acerca da importância das palavras ouvidas, contadas e lidas para a construção de nós próprios. Lembrámos contos antigos. Lemos em voz alta excertos de contos de Natal da antologia de Vasco Graça Moura. Bebemos chá e comemos bolo-rei.
No próximo encontro, a 18 de Janeiro, falaremos de Claraboia, de José Saramago.
FELIZ NATAL A TODOS!
3 comentários:
Neste último Jornal de Letras entre textos de vários autores sobre o tema "contos (quase) de Natal", vinha este rasgo de lucidez, ironia e frontalidade do Rui Zink. De quem mais poderia ser?
Aqui vos deixo como ponto de reflexão:
Título: NÃO DÊ...
Neste natal
não dê dinheiro a um pobre
Habitua-o mal
Não dê comida a um pobre
Habitua-o mal
Não dê de beber a um pobre
Ele vai gastar tudo em vinho
Não dê guarida a um pobre
Ele gosta mesmo é de chão
Não dê livros a um pobre
Ele queima-os para se aquecer
Não dê carinho a um pobre
Ele estranha e fica nervoso
Não diga bom dia a um pobre
Dá-lhe falsas esperanças
Não dê saúde a um pobre
É uma despesa inútil
Se quer dar-lhe mesmo
alguma coisa
[porque enfim está no espírito de natal
e você é uma alma piedosa]
Dê-lhe porrada.
Vai ver que ele gosta
Já está habituado
E os pobres não são
muito de mudança não.
Esclarecimento:
O texto que acima postei e que enviei a outros amigos suscitou nalguns perplexidade. Como se atrevia esse escritor a pensar e escrever que "porrada" era boa prenda para os pobres?
Claro que quem conhece a escrita do Rui Zink percebe que o texto não quer dizer nada disso, antes quer dizer o contrário. É uma crítica à sociedade em que vivemos, muitas vezes egoísta e desumana.
Espero que o texto seja por vós entendido e ninguém pense que nem o Rui Zink nem eu queremos que se maltratem os "pobres"!
Quanto a mim, nem pobres nem ricos nem remediados!
A violência não é o meu lema.
;)
Obrigada, Carolina, pela excelente sugestão, sempre pertinente! Um beijinho.
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